04/07/2008
País investe para ter Mais Alimentos
Plano Safra para a Agricultura Familiar oferta R$ 13 bilhões, e Pronaf vem com corte de juros
O governo anunciou, ontem, uma estratégia para duplicar a produtividade na pequena propriedade rural. O Plano Safra da Agricultura Familiar 2008/2009 contará com R$ 13 bilhões, sendo R$ 6 bilhões para financiamento de equipamentos agrícolas e para incentivar a produção de milho, feijão, arroz, mandioca, trigo, café, leite e ovos. Chamado de Mais Alimento, o programa oferece crédito com juros de 2% ao ano e limite de até R$ 100 mil. O anúncio foi feito, ontem, pelo presidente Lula em evento em Brasília. Com ele, o governo espera ampliar em 18 milhões de toneladas a produção de grãos nos próximos três anos. Entre os produtos que têm a maior meta de crescimento estão o leite (28%), o milho (22%) e os suínos (20%). A estratégia deve ajudar a conter a alta dos preços. 'Não há nenhum motivo para se perder meia hora de sono com a inflação', salientou Lula. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, destacou que a agricultura familiar é o caminho para elevar a oferta de alimentos. 'Hoje, o mundo está apreensivo. Estamos protegidos, mas não imunes', afirmou.
O Mais Alimento também destinará recursos à compra de máquinas e implementos agrícolas, com descontos que variam de 11% a 15%. Durante o lançamento, o presidente Lula pediu uma contrapartida dos estados e fez um apelo pela redução do ICMS sobre estes itens. 'Penso que haverá compreensão dos governadores', disse.
Os R$ 13 bilhões aportados para a próxima safra representam apenas R$ 1 milhão a mais do que o valor destinado em 2007/2008. De acordo com o presidente da Fetag, Elton Weber, o valor pode ser insuficiente devido ao aumento dos gastos com insumos. 'Isso preocupa, mas temos a posição do presidente Lula de que, se faltar recurso, haverá suplementação.' Para ele, a queda de 50% anunciada nos juros do Pronaf ainda poderia ser maior. 'Queríamos, no máximo, 5% para todos. Mas, avançamos muito.'
O Mais Alimento também prevê a ampliação da verba para assistência técnica. A meta é aumentar de 20 mil para 30 mil o número de técnicos no país em dois anos. 'Hoje, temos um técnico para duas mil famílias e precisamos de um para cada 100', defendeu o coordenador da Fetraf-Sul, Altemir Tortelli.