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18/06/2008
Juro Zero para Irrigação Agrícola
Uma medida exemplar e decisiva para o agronegócio foi adotada recentemente pelo governo de São Paulo, que é a criação de uma linha de financiamento com juro zero para a compra de 6 mil tratores pelos produtores rurais. O governador José Serra, para ampliar de forma expressiva as vendas, incentiva a modernização da agricultura e fortalece o pequeno e o médio produtor paulista. A desburocratização e o acesso fácil ao crédito se somam ao fato de o governo subsidiar a Nossa Caixa com os recursos que permitem o juro zero. Para obtê-lo, a única exigência é de que os produtores se enquadrem no Feap (Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista), órgão estadual responsável por seguro e crédito rural. O governo, bancando os juros e repassando o valor ao banco, reconhece a importância do setor de máquinas agrícolas, que é decisivo na geração de empregos. O que acontece em São Paulo nos traz esperanças de que o RS também possa criar um programa de juro zero para a aquisição de equipamentos e máquinas como efetiva manifestação de incentivo à tecnologia de irrigação. Lembro que a média de produção por hectare de milho no Rio Grande do Sul, sem um programa de irrigação, é de apenas 125 sacos por hectare. Mecanizando a irrigação, poderíamos nos aproximar à marca dos Estados Unidos, que é de 360 sacos por hectare, ampliação que compensaria o investimento do Estado nesse programa. Os recursos poderiam ser subsidiados pelo governo por meio da CaixaRS ou do 'nosso' Banrisul, de tão bons resultados. O juro zero é fundamental, já que os juros de máquinas e equipamentos, que já foram de mais de 20%, caíram para 8% a 12% ao ano, mas ainda são elevados. O juro zero incentivaria o produtor a comprar máquinas e tecnologia, criando uma cultura de lavouras irrigadas. No Estado, a irrigação, que começou com o arroz e serviu para exportarmos a tecnologia para os demais estados, limita-se ao próprio arroz, o que é muito pouco. O incentivo do governo, com o apoio da Secretaria de Irrigação, criada nesta gestão, certamente estabelecerá a cultura de lavoura irrigada. O governo do Estado precisa facilitar a aquisição de máquinas e tecnologia, contribuindo decisivamente para o aumento da produção de grãos e dando o passo inicial para a implantação do plano estadual de irrigação.