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Ministro do MDA, Paulo Teixeira, garante que o Brasil não vai importar máquinas agrícolas da China
Segundo o Ministro, o objetivo é fomentar a mecanização da agricultura familiar através do estímulo da indústria agrícola nacional
“O Brasil não vai importar máquinas da China. O dinheiro do Pronaf requer componente nacional, indústria nacional e gerar emprego no país”. A declaração foi feita pelo Ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, durante encontro realizado na sexta-feira (23/02), na sede do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), em Porto Alegre.
Ainda durante a reunião, que também contou com a presença de técnicos da União, empresários do setor e parlamentares gaúchos, o ministro Paulo Teixeira anunciou o aporte de R$ 250 milhões para o setor de máquinas e implementos agrícolas. O montante virá por meio de edital a ser publicado em março, via Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Segundo o Ministro, o objetivo é fomentar a mecanização da agricultura familiar, e garantir que o Governo não irá importar máquinas para atender a agricultura familiar. Ao contrário, a ideia é criar formas para estimular as empresas locais a desenvolverem produtos compatíveis com as necessidades dos agricultores de diferentes regiões do país e remodelar o acesso ao crédito para aquisição desses produtos.
Para o presidente do Simers, Claudio Bier, a sinalização do Governo Federal é positiva e afasta o receio de perda de competitividade em relação ao maquinário de pequeno porte produzido na China.
“O Ministro nos tranquilizou e nos ofereceu muitas oportunidades de financiamentos para desenvolvermos máquinas semelhantes às da China, pois o agricultor do Nordeste quer máquinas menores", pontuou Bier. E completou: “É uma ótima notícia trazida neste encontro, de que haverá estímulo à produção e à compra de equipamento produzido pela indústria nacional. Nossa indústria está apta a atender esta proposta e até ampliar a oferta se a demanda for grande. Já transferimos tecnologia para modelos menores e podemos avançar em novos projetos neste sentido”.
Outro ponto ressaltado pelo Ministro foi que apenas 18% das propriedades agrícolas nacionais são mecanizadas e tecnificadas e assegurou que o objetivo é fortalecer a indústria nacional de máquinas, para criar empregos e gerar tecnologia no Brasil
“O programa Mais Alimentos é a menina dos olhos do presidente Lula. E ele me pediu expressamente para acelerar esse processo de acesso às tecnologias para otimizar a produção em todo o Brasil. Temos um baixíssimo índice de tecnificação no Nordeste, por exemplo. E o Rio Grande do Sul é um dos principais produtores de máquinas e implementos. Precisamos encontrar uma forma de unir esses dois pontos”, disse o ministro.
Já o diretor presidente da Agrale S.A., Hugo Domingos Zattera, a diretora da Semeato e vice-presidente do Simers, Carolina Rossato, e o CEO na Multiagro Implementos Agrícolas, Helio Muccillo, falaram sobre os novos maquinários que a indústria gaúcha vem desenvolvendo e manifestaram preocupação com uma suposta intenção do governo em estimular a importação desses equipamentos da China.
Ao final do encontro, Teixeira garantiu sua presença na Expodireto e disse que aproveitará esta passagem pela região para visitar as fábricas e conferir, mais uma vez, o potencial do setor de máquinas agrícolas do RS. “Ele ficou impressionado com o potencial das nossas indústrias. E isso será mais um elemento de vendas que vamos ter na Expodireto. Então tudo isso ajuda e certamente vai trazer negócios para o nosso setor”, complementou Bier.