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03/06/2008
Arrozeiro gaúcho gastará R$ 32,06 para produzir saca de 50 quilos
Enquanto o governo federal se preocupa em reduzir a cotação do arroz, o custo de produção não pára de subir. O último levantamento do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), divulgado nesta terça-feira (4), informa uma alta de 22% nos itens necessários para produzir 50 quilos de arroz. O custo chegou a R$ 32,06, enquanto que em novembro de 2007 era de R$ 26,28. Segundo o presidente do Irga, Maurício Fischer, o levantamento comprova que o aumento na cotação foi absorvido pela forte alta no custo de produção. "A valorização do arroz não está chegando diretamente ao produtor, como vinha sendo dito, mas sim se deslocando para os fornecedores de insumos", afirma. O produtor pouco ganha com um custo de produção elevado para a próxima safra. Entre os itens que tiveram os maiores aumentos estão os fertilizantes (+103%), combustíveis (+12,7%) e a mão-de-obra (+ 12,6%). A terra cultiva é o item com maior representação, em torno de 11,6 % do total. Em seguida, está a secagem, com 11,2%, e adubo de base e cobertura, com 10,1%. Na pesquisa são analisados dados como, por exemplo, preparo do solo, aplainamento, drenagem, semente, transportes internos, secagem, estradas e instalações elétricas. Em relação ao custo por hectare cultivado o aumento é ainda maior. Em novembro de 2007 o custo total por hectare era de R$ 3,4 mil. Em maio, este valor elevou-se 27,3%, o que equivale a um custo de R$ 4,4 mil. Se comparado com outras lavouras, como milho e soja, o custo por área da cultura do arroz chega a representar 113,7% e 208,7% a mais, respectivamente. Para Fischer, o governo federal deveria se preocupar em garantir renda ao produtor para manter o abastecimento de arroz à população brasileira. O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz do Brasil e a safra gaúcha representa 60% do total nacional.