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04/06/2012
Programa do MDA incentiva crescimento da agricultura familiar no Zimbábue
O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) está acelerando o programa Mais Alimentos Internacional, uma das linhas de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Nesta segunda-feira (4), o embaixador do Zimbábue, Thomas S. Bvuma, recebeu do coordenador do Mais Alimentos, Marco Antonio Viana Leite, a lista com os preços de equipamentos que podem ser exportados para o país. O encontro ocorreu em Brasília (DF). Após analisar o documento, o país africano deverá selecionar quais as máquinas e equipamentos deverão ser exportados no primeiro lote, dos três que vai receber. A partir daí, será assinado o contrato de financiamento com o Zimbábue, cujo valor total é de US$ 98,6 milhões. O valor apresentado pelo MDA inclui, além do valor dos equipamentos, os custos de entrega, peças de reposição e despesas com assistência técnica no país de destino. Para o Brasil, o programa apresenta uma série de benefícios. Além de prestar ajuda a países menos desenvolvidos no âmbito da cooperação Sul-Sul, incentiva a produção da indústria nacional, pois as máquinas e equipamentos adquiridos são feitos no Brasil. “Estamos exportando não só máquinas, mas, também, tecnologia que trará ganhos muito maiores para a agricultura familiar dos países beneficiados”, afirma Marco Antônio. “Para isso, estamos num processo de aceleração do Mais Alimentos Internacional. Até o final deste ano esperamos já ter exportado os primeiros lotes de máquinas para Gana e Zimbábue”, completa. O coordenador do programa acrescenta que, da mesma forma que no Brasil, a política pública do MDA tem como um dos objetivos principais desenvolver a agricultura familiar, gerando trabalho e renda, além de garantir a segurança alimentar dos países parceiros. O embaixador do Zimbábue comemorou a entrega da lista de preços. “O programa é muito importante para nós, porque a a agricultura é a base de nossa economia. É o setor que emprega a maioria da população”, pontua Thomas S. Bvuma. “Hoje é um dia feliz. A mecanização é uma das maneiras de desenvolver nossa agricultura e, para isso, é importante a assistência e cooperação do Brasil”, afirma. Criado em 2010, o Mais Alimentos Internacional financia a compra de máquinas e equipamentos agrícolas para outros países, especialmente do continente africano e da América Central e Caribe. As condições de crédito são facilitadas. Os países têm até 15 anos para pagar os empréstimos, com três anos de carência e juros de 2% ao ano. O Mais Alimentos Internacional despertou o interesse de diversos países. Quatro nações já assinaram os acordos de cooperação com o Brasil. Em maio, Gana recebeu a lista de preços e deve apresentar em breve a análise para então assinar o convênio de crédito. Cuba e Moçambique também já assinaram acordos de cooperação. Com apoio da Câmara de Comércio Exterior (Camex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Mais Alimentos Internacional teve aprovada uma linha de crédito de US$ 640 milhões em dois anos – US$ 240 milhões em 2011 e US$ 400 milhões em 2012 – por meio do Programa de Financiamento às Exportações (Proex Financiamento). Zimbábue O Zimbábue é um país da costa leste da África subsaariana que faz fronteira com a África do Sul, dentre outras nações. Cerca de 1,5 milhão de pessoas da população total de 12,5 milhões vive na capital Harare. O país, um dos mais pobres da África, possui um Produto Interno Bruto (PIB) de aproximadamente US$ 2,2 bilhões, pouco superior ao da cidade de João Pessoa, capital da Paraíba. Mais Alimentos O Mais Alimentos destina recursos para investimentos em infraestrutura da propriedade rural e, assim, cria as condições necessárias para o aumento da produção e da produtividade da agricultura familiar. Os agricultores podem financiar até R$ 130 mil, individualmente, e até R$ 500 mil, coletivamente. A taxa de juros para financiamentos até R$ 10 mil é de 1% ao ano e acima desse valor, a taxa fica em 2% ao ano. O prazo para pagamento é até dez anos, com até três anos de carência. O Mais Alimentos é uma ação estruturante que permite ao agricultor familiar investir em modernização e aquisição de máquinas e de novos equipamentos, correção e recuperação de solos, resfriadores de leite, melhoria genética, irrigação, implantação de pomares e estufas e armazenagem. Esta linha de financiamento contempla também projetos associados à apicultura, aquicultura, avicultura, bovinocultura de corte, bovinocultura de leite, caprinocultura, fruticultura, olericultura, ovinocultura, pesca e suinocultura e a produção de açafrão, arroz, centeio, feijão, mandioca, milho, sorgo, trigo, cana-de-açúcar e palmácea para produção de palmito.