11/04/2008
Novas estimativas para safra de verão no Estado
A safra de verão 2007/2008 se encaminha para o final, com uma perspectiva satisfatória, apesar dos percalços enfrentados pelos produtores. A falta de chuvas mais abundantes trouxe prejuízos significativos para algumas regiões. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, para as culturas de grãos, as estimativas pouco se alteraram. No campo, as atividades que mais se ressentem das condições adversas estão ligadas à pecuária, com a implantação das pastagens sofrendo atraso.
Na soja, a colheita teve um impulso expressivo durante a semana, alcançando 35% do total da área colhida. O tempo seco tem acelerado a maturação da soja e exigido do produtor uma maior rapidez na retirada do produto das lavouras. O levantamento sobre as condições das lavouras de soja indica que a produtividade média deverá ficar igual à estimada, projetando uma safra de 7.984.871 toneladas, o que representa uma redução de -19,66% em relação ao colhido na safra passada. Essa informação reúne os dados de 264 municípios, que cobrem 78% da área plantada com soja nesta safra. Entre as regiões administrativas da Emater/RS-Ascar, a de Santa Rosa é a que apresenta a menor produtividade média, com 1.506 kg/ha. Em sentido oposto, a de Caxias do Sul apresenta a maior, com 2.752 kg/ha.
A colheita do milho também avançou e atinge os 56% de sua área colhida, estando 24% das lavouras maduras e por colher. A baixa umidade verificada nas últimas semanas tem proporcionado uma aceleração no processo de maturação e retirada do produto das lavouras, fazendo com que a atual safra se encontre à frente em dois pontos percentuais em relação à média dos últimos anos. Devido à estiagem, muitas das lavouras plantadas tardiamente tiveram seu rendimento e qualidade prejudicada, fazendo com que a produção dessas áreas fosse destinada à elaboração de silagem.
Para o milho, a análise dos números referentes ao levantamento sobre as condições das lavouras indica que o Estado deverá alcançar uma produtividade média de 3.808 kg/ha nesta safra. Apesar das condições de estiagem, o rendimento projetado no momento ainda é 1,35% superior ao estimado no início da safra 07/08, o que poderá render ao RS uma produção total de 5.403.461 de toneladas de milho, obtidas em 1,419 milhão de ha cultivados nesta safra. Entretanto, se comparada à passada, quando as condições climáticas foram amplamente favoráveis à cultura, o saldo da produção é negativo em 9,8%. O levantamento considerou as informações de 332 municípios, que cobrem 77% do total plantado.
A colheita do arroz também é beneficiada pelo tempo seco e alcança os 64%, colocando a atual safra bem à frente da média dos últimos anos. Dados levantados pela Emater/RS-Ascar indicam que a produtividade média estadual deverá ficar em 6.698 kg/ha que, projetados sobre uma área total reavaliada em 1.051.546 ha, deverão produzir uma safra de 7.043.255 de toneladas de arroz. Caso os números se mantenham até o encerramento da colheita, que deverá ocorrer em breve, será a maior safra já colhida no Estado, superando a de 2006, quando foram obtidas 6,76 milhões de toneladas. Em relação à produção do ano passado, o aumento foi de 11,28%. O levantamento levou em consideração as informações de 80 municípios que representam 87% do total da área plantada nesta safra (1,051 milhões de ha).
Pastagens e criações
A falta de chuvas está atrasando a renovação das pastagens. Sem a umidade necessária, o produtor encontra dificuldades para realizar o preparo do solo e realizar a semeadura dos cultivares hibernais. Caso não chova, esse quadro pode comprometer a produtividade futura. Para agravar, o momento coincide com a natural queda da produtividade das pastagens e o início do chamado vazio forrageiro, período em que normalmente há uma menor disponibilidade de alimento para o rebanho. Esta situação poderá levar os produtores a anteciparem o consumo de suas reservas de entressafra, armazenadas principalmente na forma de silagem.
Segundo pesquisa de preços realizada pela Emater/RS–Ascar, o mercado do leite no Estado apresentou forte alta na semana, com o preço médio do litro do leite no Estado passando de R$ 0,56 para R$ 0,60 o litro, um aumento de 7,14%. Comparado a igual período do ano passado, representa um aumento de 33,33% e, em relação à média geral, 25%. O preço máximo também sofreu alteração, passando de R$ 0,64 para R$ 0,76 o litro.
A falta de chuva segue causando transtornos aos piscicultores. O baixo nível dos açudes e a deficiente oxigenação estão dificultando o manejo dos criatórios e prejudicando a introdução de novos alevinos, comprometendo desta forma a reposição dos estoques de pescado. Na região dos Vales do Taquari e do Caí, os alevinos seguem sendo comercializados de acordo com a espécie e o tamanho, pelos seguintes valores: Carpas até 4 cm, a R$ 0,40; de 8 a 10 cm, por R$ 0,20; Tilápia e Jundiá a R$ 0,30; e Trairão, a R$ 0,60.