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13/12/2011
PIB do RS deve ser o dobro do índice esperado para o país, devido ao desempenho da produção agropecuária
Marcas de nascença do Rio Grande do Sul, o cultivo da terra e a criação de animais continuam marcando o ritmo da economia do Estado no século 21. Neste ano, uma produção agropecuária três vezes superior à média nacional deve determinar um crescimento econômico estadual equivalente a quase o dobro do nacional. Esse desempenho foi alimentado principalmente pela alta de 11,3% na agropecuária. Ontem, a Federação das Indústrias do Estado (Fiergs) projetou em 5% a elevação do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas) no Estado em 2011, quase o dobro da expectativa para o nacional, de 2,8%. Conforme o coordenador da Unidade de Estudos Econômicos da entidade, Igor Morais, o peso do setor primário no resultado deste ano deverá ser de 1,3 ponto percentual, equivalente a boa parte da diferença entre o ritmo nacional e o estadual. Carlos Cogo, consultor em agroeconomia, explica que uma combinação quase irrepetível transformou 2011 num ano de ouro para a agropecuária gaúcha: o maior nível internacional de preços de grãos da história e a maior safra agrícola gaúcha de todos os tempos. Na apresentação do balanço de 2011 e das perspectivas para 2012, a Fiergs também apontou o reverso dessa moeda. No cenário de referência, a produção agropecuária deve cair e, em consequência, a economia do Estado deverá crescer menos do que a do país. – No Rio Grande do Sul, a redução da safra agrícola tem um peso muito maior na economia do que no país como um todo – disse o presidente da Fiergs, Heitor Müller. – Mesmo que no próximo ano a produção agropecuária fique abaixo da obtida em 2011, ainda deverá ser muito melhor do que a média histórica – observa Cogo, a menos que fatores climáticos sejam mais severos do que o esperado. Embora existam variações sobre a estimativa do peso da agropecuária na economia gaúcha, observa Cogo, a média oscila em torno de 10%. Ao projetar esses efeitos para o agronegócio, que inclui a parte da indústria que é diretamente demandada pelo campo, a participação se eleva para até 45%: – Os pesos podem variar, mas não se pode negar que o peso da agropecuária no Estado é maior do que na economia nacional. Efeito rápido e multiplicador Um desses setores é o de máquinas agrícolas. Claudio Bier, presidente do sindicato do setor, observa que embora 2010 tenha concentrado a renovação dos equipamentos usados pelos produtores, graças a programas de estímulo como o Mais Alimentos e o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), neste ano as vendas devem ficar apenas ligeiramente abaixo do histórico período anterior. E, com base no resultado que forrou os bolsos dos produtores agrícolas, projeta retomada para 2012. Marcos Oderich, coordenador do conselho da agroindústria da Fiergs, criado há poucos meses na entidade, e presidente do conselho da Conservas Oderich, constata na prática os efeitos multiplicadores da riqueza no campo. – É uma frase antiga, mas verdadeira. Quando a agroindústria vai bem, o Estado vai bem – afirma Oderich.