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02/12/2011
Abimaq prevê déficit de US$ 18 bi na balança comercial do setor em 2011
São Paulo - O setor de bens de capital mecânicos deve fechar o ano de 2011 com um déficit da balança comercial da ordem de US$ 18,7 bilhões, alta de 19,1% em relação a 2010. "Nós não temos dúvidas de que se a situação persistir, vamos começar a demitir no início de 2012", afirmou ontem o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto. - No mês de outubro, o faturamento bruto do setor registrou alta de 16,3% em relação ao mesmo período de 2010. De janeiro a outubro, a receita chegou a R$ 67,5 bilhões, crescimento de 11,2% em comparação ao acumulado do ano de 2010. No entanto, houve queda de 5,8% no faturamento de outubro de 2011 em relação ao mês anterior, o que na opinião de Neto é uma das consequências da diminuição dos pedidos em carteira, que correspondem às encomendas. "Nunca registramos um índice como esse, nem no período da crise de 2008", diz. As exportações tiveram um crescimento expressivo - puxado principalmente por máquinas de logística econstrução civil - no acumulado do ano, registrando alta de 30% em relação ao mesmo período de 2010. No entanto, as importações também apresentaram alta de 13,6% na mesma base de comparação. Assim, a previsão de déficit da balança comercial em 2011 se deve à diferença entre as importações registradas no acumulado do ano, que somaram US$ 24,3 bilhões, e as exportações, que totalizaram US$ 9,6 bilhões. Apesar do nível de emprego continuar estável, o presidente da Abimaq destaca que as empresas somente têm segurado seus funcionários para atender aos pedidos que já entraram em carteira. "Nunca se ouviu falar em férias coletivas no final do ano. Mas está acontecendo em algumas empresas", avalia. O nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) passou de 83,1% em outubro de 2010 para 81,8% no mesmo período de 2011. Segundo o assessor econômico da presidência da Abimaq, Mário Bernardini, o setor de máquinas e equipamentos deve fechar 2011 com um crescimento de cerca de 9%. A entidade afirma que, em 2012, caso as obras de infraestruturura anunciadas pelo governo e os investimentos da Petrobras e da Vale se confirmem, o setor deve apresentar um crescimento de até 8% no ano que vem. Para o presidente da Abimaq, acesso ao crédito, incentivo a investimentos e elevação de imposto de importação para 35% seriam algumas medidas para dar fôlego à indústria de bens de capital mecânicos.