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31/05/2011
Simers rejeita cotas para as máquinas agrícolas
Enquanto Brasil e Argentina não chegam a acordo sobre o comércio bilateral, alguns setores rejeitam a tentativa do governo argentino de estipular cotas para setores sensíveis. O diálogo a ser travado nesta semana entre as empresas e o governo brasileiro promete não ter adesão do setor de máquinas e implementos agrícolas do Rio Grande do Sul, que aceita somente a manutenção das regras do Mercosul. O bloco proíbe a adoção de licenças não automáticas entre seus membros. O setor agrícola não terá a participação direta das empresas no diálogo. O Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (SIMERS) tem audiência marcada para a quarta-feira, 1º de junho, em Brasília, com o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Alessandro Teixeira. Ambos os lados pretendem chegar a um acordo para que as cotas não sejam estipuladas e para que haja uma alternativa às barreiras. Porém, o presidente da entidade, Cláudio Bier, afirma que não há uma proposta concreta do governo brasileiro, ainda que aposte na medida revanchista do País como parte da solução. “Foi a primeira vez que o governo brasileiro tomou uma atitude forte contra a Argentina, o que antes só aquele país fazia.” Conforme Bier, o ministro garantiu ao sindicato, na semana passada, que será negociado um acordo futuro, assim como será encontrada uma solução para o passado, ou seja, os mais de US$ 250 milhões de equipamentos agrícolas barrados na fronteira. A situação já impacta empresas gaúchas, que têm tomado medidas como demissões e férias coletivas. O Simers antevê uma debandada das empresas para a Argentina, na tentativa de não perder o mercado do país vizinho, se as únicas alternativas continuarem a ser a barreira ou as cotas. “Se a Argentina não conseguiu atualizar suas indústrias para concorrer conosco, não podemos pagar por isso”, critica. A indústria do Estado exporta atualmente cerca de 12% da produção do país. O secretário-executivo do Mdic e o secretário de Indústria da Argentina, Eduardo Bianchi, se reúnem na quinta-feira em Brasília para analisar as barreiras. As autoridades acertaram manter reuniões mensais para monitorar o comércio entre os dois grandes sócios comerciais do Mercosul. No início do mês, o Mdic suspendeu a concessão de licenças automáticas para os automóveis e autopeças importados da Argentina. A iniciativa fez com que a autorização para entrada dos produtos argentinos demore até 60 dias para ser aprovada. Os argentinos resolveram adotar regra semelhante para os produtos do Brasil.