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27/04/2011
Alessandro Teixeira: “O governo vai tomar providências”
Interlocutor dos exportadores no governo, o gaúcho Alessandro Teixeira também se tornou o reclamante de ofício ao governo da Argentina. Ontem, diante do aumento das queixas do setor de máquinas, ele falou por telefone com Zero Hora sobre o novo conflito. Zero Hora – A indústrias de máquinas agrícolas enfrenta problemas com atraso das licenças de importação na Argentina, outra vez. Alessandro Teixeira – Esta semana fui informado de que há problemas. Liguei hoje (ontem) para o secretário de Indústria argentino, Eduardo Bianchi, vou falar com ele amanhã (hoje) para saber porque está demorando o processo de liberação de licenças. Também falei com o presidente da Anfavea (Cledorvino Belini) esta semana, que relatou que as licenças começaram a atrasar novamente depois de terem sido liberadas na nossa conversa anterior com os argentinos. Ainda nesta semana então teremos uma resposta formal do governo argentino. ZH – Qual é a expectativa do resultado dessa conversa? Teixeira – Liberar as licenças, dar mais agilidade às licenças. ZH – É procedente a queixa de falta de apoio do governo brasileiro dos exportadores para a Argentina? Teixeira – Discordo totalmente, tanto que os empresários foram à Argentina junto com a gente para discutir essa questão, com representantes das empresas e do setor. ZH – O que é possível fazer diante da pressão da Argentina para que indústrias brasileiras invistam lá e não aqui? Teixeira – Não temos informações formais sobre essa questão. Já ouvi empresas falarem nisso. O governo argentino diz que não é imposição, o que eles dizem é que se produzirem lá, as empresas vão ajudar o mercado argentino. ZH – Há risco de deslocamento de produção do Rio Grande do Sul, que é líder no segmento? Teixeira – Espero que não haja deslocamento de produção. Se isso estiver acontecendo, o governo vai tomar providências. O Ministério do Desenvolvimento vai ver, não fui comunicado disso ainda, mas temos de tomar providências de como proceder nesse processo. Precisamos fortalecer a indústria e a produção nacionais. É justo que o governo argentino busque fortalecer a indústria argentina, mas isso não pode ser feito sob a ótica de prejudicar a produção nacional. Não podemos, em nenhuma hipótese, ter um problema sério do ponto de vista da Argentina prejudicar a indústria nacional. O que a Argentina faz é um problema interno deles, mas temos de buscar ver a situação. Não tivemos até agora nenhuma reclamação mais forte de deslocamento de produção. O que sabemos é do atraso das licenças, e já estou conversando com o secretário argentino para resolver isso. O governo brasileiro vai tomar as medidas cabíveis.