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03/03/2011
Aumentam taxas de Juros do PSI
Dando continuidade à política de contenção de gastos, o governo federal anunciou ontem uma terceira fase enxuta do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). Com orçamento de R$ 75 bilhões até 31 de dezembro, a linha só terá crédito disponível a partir de abril. Os recursos também estarão mais caros. A taxa de juro para aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas passará de um percentual fixo de 5,5% para uma alíquota variável de acordo com o porte do produtor. Contratantes com receita operacional bruta até R$ 90 milhões ao ano terão financiamento com taxa de 6,5%. Quem comprovar movimentação acima dessa marca pagará 8,7%. O BNDES também reduzirá o limite financiável. Até então, o PSI poderia ser utilizado para aquisição de 100% do valor do bem. Agora, o limite máximo ficará em 90% para micro, pequenas e médias empresas e de 70% para grandes. O aumento da tarifa acima do esperado surpreendeu o setor, que já prevê estagnação de vendas. O vice-presidente Anfavea, Milton Rego, afirmou que a entidade vai se reunir para avaliar o impacto da medida, já que a expectativa era de operar com taxa de, no máximo, 7%. "É bem maior do que esperávamos. Ainda é prematuro fazer previsões, mas nos pegou de surpresa." O presidente do Simers, Claudio Bier, disse que a taxa é tolerável, mas adiantou que será preciso revisar a projeção de crescimento de 10% nas vendas em 2011. Entretanto, Bier espera que o produtor não deixe de investir devido à necessidade de modernização do parque e pelos bons preços da soja. Sobre a revisão dos limites, Bier disse que a indústria poderá arcar com o ônus, parcelando o valor da entrada dos financiamentos. As novas condições do programa também descontentam o campo. O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, prevê que a política do governo resultará em aumento nos preço das commodities. "Quem compra máquina quer produzir alimentos e não passear. A medida vai elevar o custo de produção e diminuir competitividade," criticou, lembrando que a tentativa de frear a inflação onera o setor produtivo.