04/02/2011
MDA assina acordo para implantação do Mais Alimentos no Zimbábue
“O Zimbábue tem uma estrutura que permitirá que a experiência africana do Mais Alimentos represente condições de êxito e para que o Brasil possa continuar a disponibilizar sua experiência e sua capacidade de produção de equipamentos para os países africanos e contribuir para a produção alimentar e melhoria de vida dos povos africanos”. Assim o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, definiu o Projeto de Cooperação Técnica firmado nesta quinta-feira (3), em Brasília (DF), com o Zimbábue para implantar nesse país da África o Programa Mais Alimentos, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
O acordo firmado entre o ministro Afonso Florence e o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Mecanização e Desenvolvimento da Irrigação do Zimbábue, Ngoni Masoka, alia assessoria técnica para estruturação da agricultura familiar e financiamento brasileiro para modernizar a infraestrutura produtiva dos agricultores familiares do país africano. “O acordo vai atender à necessidade de máquinas para irrigação e ampliar a produção dos agricultores. Ele é fundamental para que os produtores possam usar a terra durante todo o ano”, ressaltou Masoka.
O acordo combina assessoria técnica e financiamento brasileiro para modernizar a infraestrutura produtiva dos agricultores familiares do Zimbábue, que solicitou ao Brasil um empréstimo de US$ 98 milhões para financiar a compra de máquinas e implementos agrícolas de indústrias brasileiras. As exportações serão realizadas em três etapas: junho e dezembro de 2011 e julho de 2012.
O Projeto de Cooperação Técnica firmado nesta quinta-feira vai apoiar o Plano de Médio-Longo Prazo 2011–2030 desse país africano, que tem como objetivo garantir a segurança alimentar dos zimbabuanos por meio do aumento da produtividade da agricultura familiar e dos (as) assentados (as) da reforma agrária. O Plano prioriza a mecanização, o desenvolvimento de esquemas de irrigação, o fortalecimento da assistência técnica e extensão rural e o crédito para a agricultura familiar.
Intercâmbio
Por meio de intercâmbio serão desenvolvidas ações de criação e manutenção de registros da agricultura familiar; desenho de sistemas e projetos de assistência técnica e extensão rural; criação de mercados institucionais para produtos da agricultura familiar; e treinamento para uso e manutenção das maquinas, equipamentos e dos esquemas de irrigação.
Localizado no sudeste da África, o Zimbábue tem 1,5 milhão de estabelecimentos familiares (97% do total do país), distribuídos em 26 milhões de hectares (83% da área agrícola). A agricultura responde por entre 16% e 20% do PIB e a agricultura familiar, por 70% da produção de alimentos. As principais lavouras são milho, trigo, tabaco, algodão, chá, horticultura.
Acordo com Gana
Este é o segundo acordo firmado pelo MDA com países africanos como parte do Mais Alimentos África. Na semana passada, o ministro Afonso Florence assinou Termo de Cooperação Técnica que destina US$ 95 milhões para projetos de modernização da infraestrutura produtiva da agricultura familiar em Gana. A implantação do Mais Alimentos África é resultado do Diálogo Brasil - África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural, realizado em maio de 2010 em Brasília. A Câmara Brasileira de Comércio Exterior (Camex) já aprovou uma linha de crédito para países africanos de US$ 640 milhões (US$ 240 milhões para 2011 e US$ 400 milhões para 2012) para financiar exportações brasileiras de máquinas e equipamentos agrícolas para a agricultura familiar para países do continente. O diretor da Agência Brasileira de Cooperação do Ministério de Relações Exteriores, Marco Farani, destacou que estes projetos são importantes “para a difusão da agricultura familiar na África”.
Linha de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) criada em 2008, o Mais Alimentos promove a modernização produtiva das unidades familiares agrícolas de todo o Brasil. O Programa atende projetos individuais (até R$ 130 mil) e coletivos (até R$ 500 mil), com juros de 2% ao ano, até três anos de carência e prazo de pagamento do empréstimo de até dez anos. A linha de crédito financia tratores (até 78 CV), máquinas, implementos agrícolas, colheitadeiras, veículos de transporte de carga, projetos para construção de armazéns e silos, cerca elétrica para isolamento do rebanho, melhoramento genético, correção de solo, formação de pomares e melhoria da logística administrativa das propriedades rurais, como a informatização dos estoques, entre outras ações.