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03/02/2011
Concorrência chinesa gera perdas para empresas brasileiras, aponta pesquisa
Levantamento da CNI mostra que pequenas indústrias são as mais afetadas Quase metade das empresas brasileiras que concorrem com a China perdeu participação no mercado interno. A pesquisa divulgada nesta quinta, dia 3, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que a perda atinge 45% dessas empresas, sendo que, no mercado doméstico, 28% das indústrias brasileiras concorrem com produtos chineses. A pesquisa foi realizada com 1.529 empresas, sendo 904 pequenas, 424 médias e 201 grandes. A coleta de dados foi realizada entre os dias 4 e 19 de outubro de 2010. No mercado internacional, 67% das empresas brasileiras perderam participação e 4% deixaram de vender seus produtos devido à concorrência. Os dados também mostram que, no mercado interno, as empresas de pequeno porte, quando expostas à concorrência, perdem mais clientes para a China do que as empresas de maior porte. Na avaliação da CNI, as grandes empresas têm capacidade de enfrentar a concorrência porque têm mais condições de investir em pesquisas de inovação e desenvolver novos produtos. A pesquisa mostra que 50% definiram estratégias para enfrentar a competição com os produtos chineses com investimentos em qualidade e design de produtos, com redução nos custos da produção. A presença dos produtos chineses é maior em seis setores indústrias: material eletrônico e de comunicação; têxtil; equipamentos hospitalares e de precisão; indústrias diversas; calçados e máquinas e equipamentos. O economista da CNI, Flávio Castelo Branco, enfatizou a necessidade de o Brasil ser mais enérgico na política de defesa comercial, não permitindo artifícios como a entrada de produtos com preços que não correspondem aos custos de produção, uma das grandes queixas dos empresários brasileiros contra a China. A valorização do real também foi apontada como prejudicial. — Esse processo se intensificou nos últimos anos com a forte valorização da moeda brasileira em relação ao dólar e em relação a moeda chinesa, fazendo com o que os produtos de origem chinesa ficassem mais baratos que os produtos brasileiros industrializados — explica.