Notícias

29/10/2010
Indústria de máquinas vai pedir proteção contra importações
A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) vai pedir ao governo a criação de preços de referência para importação. O anúncio foi feito nesta quarta, dia 27, em São Paulo. A entidade apresentou os resultados de setembro e reforçou a preocupação com o alto volume de produtos importados. No entanto, no mercado interno as vendas de maquinas agrícolas aumentaram mais de 15%. Em setembro, a indústria de máquinas e equipamentos faturou 1,8% a mais que no mesmo mês em 2009. De janeiro a setembro, a alta é de quase 12% . Só o segmento agrícola cresceu mais de 15% em setembro e 32% nos primeiros nove meses do ano. Mas o setor não comemora. Mensalmente, a receita no geral vem caindo desde abril e, na comparação com 2008, período antes da crise, os números são negativos. Juros altos e dólar baixo são os principais motivos. – Existem dois efeitos: um ambiente não propício para investimentos porque a remuneração financeira é maior do que a remuneração produtiva e o bolo que sobra está sendo dividido com o maquinário importado – diz o vice-presidente da Abimaq, Fernando Bueno. Prova disso é que a balança comercial do setor é negativa desde 2004. Entre janeiro e setembro deste ano, o déficit ficou próximo de US$ 12 bilhões. O segmento agrícola ajudou a evitar um resultado pior, registrando superávit de mais de R$ 280 milhões. Para reduzir perdas, a Abimaq propõe que sejam estabelecidos preços de referência para o produto importado. Um levantamento já foi feito com 150 tipos de máquinas, incluindo agrícolas, e deve ser apresentado ao governo. A intenção é corrigir distorções. – Tem casos de países que tem um preço médio 70% abaixo da média mundial . A OMC aceita o preço médio internacional como referência. A idéia básica seria o seguinte: o que está abaixo desse preço de referência teria uma inibição – explica Bueno. A preocupação com a perda de competitividade também atinge os grandes fabricantes de tratores e colheitadeiras, que estão registrando queda nas exportações. No mercado interno as vendas têm sido sustentadas, principalmente, por programas de incentivo do governo. O vice presidente da AGCO América Latina, André Carioba, espera crescimento neste ano. E para 2011, ele acredita na manutenção do apoio, seja quem for o novo presidente da República. – Apostamos que o novo governo tenha essa visão de continuar apoiando, não como a Europa apóia, subvencionando o litro de leite, mas a cadeia produtiva, para que o produtor esteja em condições melhores de uma sobrevivência mais saudável, criando riqueza para ele e, no final, para o Brasil como um todo e para a agricultura.