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29/10/2010
Empresas aumentam aportes para inovação de processos
O Brasil possui uma rede estruturada para desenvolvimento de projetos envolvendo tecnologia, afirmou a Agência Brasileira de Desenvolvimento industrial (ABDI), entidade governamental ligada ao Ministério do Desenvolvimento (Mdic), na Sondagem de Inovação tecnológica. De acordo com a ABDI, sete em cada dez grandes empresas brasileiras têm apostado na inovação tecnológica para aumentar sua competitividade no mercado interno. A segunda edição do levantamento trimestral constatou que 71,5% das 1.650 empresas analisadas - com mais de 500 empregados - inovaram no lançamento de produtos ou no processo de fabricação entre abril e junho deste ano. O número ficou praticamente estável em relação ao trimestre anterior (71,4%). A pesquisa também apontou que 27% das empresas ampliaram os investimentos próprios em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e 47% mantiveram o mesmo nível do trimestre anterior. "São números excelentes, que indicam a consciência do empresariado da necessidade de inovar para garantir presença no mercado", ponderou o presidente da ABDI, Reginaldo Arcuri. Apesar dos bons resultados, o gasto em P&D ainda é pequeno no Brasil, em torno de 1,09% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Em economias desenvolvidas como Suécia e Japão o índice fica acima de 3%. A Sondagem detectou também que entre as duas pesquisas houve crescimento de 52,4% para 57% no melhoramento de produtos já existentes no mercado, e 18,1 % lançaram produtos ainda não existentes no Brasil. A exigência dos clientes é o fator de maior relevância na decisão da empresa por inovar. Segundo a pesquisa, 76% das empresas levam em consideração a demanda do consumidor para iniciar novos processos e produtos. Outros 70% das empresas apostaram na inovação para reduzir custos. Os fatores considerados importantes, segundo a sondagem, é a busca por maior participação no mercado (69%) e o crescimento da demanda interna (61,9%). Contudo, as inovações nas produções dentro da própria empresa caíram de 48,6% para 45,1% na comparação trimestral, mas, conforme observou Maria Luisa Campos Machado Leal, diretora da ABDI, "nem toda inovação de produto necessita de uma inovação de processo, assim como nem toda inovação de processo é realizada para produzir um novo produto". Ela reconhece, porém, que quem investe nos dois processos contribui mais para a inovação tecnológica. Segundo Maria Luisa, é importante observar que as grandes empresas orientam a inovação para outros setores, e sinalizam que investem para se tornar mais competitivas, tanto no mercado doméstico quanto no exterior. Razão pela qual, no seu entender, a pesquisa será fundamental para auxiliar as ações de promoção do desenvolvimento industrial brasileiro também nas empresas de menor porte. Cresceu para 77% o número de empresas que declararam intenção de introduzir inovações no terceiro semestre do ano. Quase 60% querem lançar ao menos um produto para a empresa, mas já existente no mercado, e 22,8% planejam lançar um produto inexistente no mercado. A expectativa de inovação em processo chega a 53,9%, sendo que 19,2% das empresas declararam a intenção de inovar no mercado nacional. Menos de 23% das empresas declararam que pretendem lançar produtos no período e pouco mais de 19% afirmaram que querem introduzir uma inovação de processo no trimestre seguinte. O levantamento aponta ainda que o uso de nanotecnologia pelas empresas soma 11%. Destas, 5% já utilizam nanopartículas em algum produto ou processo, ou seja, estas empresas integram alguns setores específicos da indústria, como têxteis e vestuário, produtos químicos, produtos de metal e veículos. Os pesquisadores observaram que o uso é pontual, dentro de cada um desses setores. No caso de empresas do setor têxtil a tecnologia é utilizada principalmente para inibir a criação de bactérias que possam causar alergias. Na fabricação de produtos de metal, o uso, ainda embrionário, está concentrado no processo de preparação de fosfato.