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08/10/2010
América Latina deve evitar euforia, diz Bird
O Banco Mundial (Bird) fez ontem uma espécie de mea-culpa, ao reconhecer que suas expectativas mais pessimistas sobre o impacto da crise na América Latina não se verificaram. O crescimento econômico da região em 2009, estimado inicialmente em -6%, foi confirmado em -1,7%. De acordo com o Bird, desde a deflagração da crise de 2008, a região sofreu uma recessão muito mais curta - três meses, no caso do Brasil - e recuperação mais acelerada que a prevista. O desempenho da região, segundo Álvaro de La Torre, economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina, foi similar ao do Sudeste Asiático. Segundo De La Torre, o crescimento econômico previsto para a região - 5,7%, em 2010, e 4%, em 2011 - deve-se ao fato de a economia latino-americana ser altamente integrada ao mercado financeiro. Essa conclusão, acentuou ele, contradiz os prognósticos de economistas célebres. "Os países mais globalizados da América Latina foram os que mais rapidamente se recuperaram da crise", concluiu De La Torre. Os documentos "A Nova face da América Latina" e "A América Latina Aprendeu a Lidar com a sua Pobreza nos Choques Econômicos", divulgados hoje pelo Banco Mundial, mostram que 2,1 milhões de habitantes caíram em condições de pobreza em função da crise. A expectativa, em 2009, era de que 10 milhões fossem atingidos. O desemprego, nas previsões do Banco Mundial em 2009, deveria afetar até 5 milhões de latino-americanos. As estatísticas mais recentes indicam que foram pouco mais de 2 milhões. Na avaliação do economista do Bird, além do alto grau de integração ao mercado financeiro mundial, a América Latina foi favorecida por dois outros fatores.