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14/09/2010
As vendas de máquinas agrícolas sinalizam euforia
O ritmo das vendas no atacado de máquinas agrícolas automotrizes superou, em agosto, o de autoveículos, indicando aumento dos investimentos no plantio e colheita de grãos. Mostrou, ainda, a reação dos produtores brasileiros à frustração de safras em países afetados por graves problemas climáticos, como a Rússia e a Argentina. No mês passado, segundo os dados da associação das montadoras (Anfavea), as vendas internas de máquinas agrícolas cresceram 1,6% sobre julho e 29,4% sobre agosto de 2009. Entre os primeiros oito meses de 2009 e 2010, a alta foi de 45,7%. Os dados de produção, que incluem as exportações, foram ainda maiores: 8.565 unidades de tratores, cultivadores, colheitadeiras e retroescavadeiras foram fabricadas no mês e 60.921, no ano, com crescimento de 53,5% em relação a igual período de 2009. Além da produção e das vendas, o aumento no emprego no setor de máquinas automotrizes, de 2,9%, no mês, e de 26,5%, em relação a agosto de 2009, ocorreu em porcentuais mais elevados que os das montadoras de autoveículos (0,7% e 10,3%, respectivamente). Em agosto a produção total da indústria automotiva atingiu 329,1 mil veículos, com aumento de 3,4%, em relação a julho, e de 11,5%, em relação a agosto de 2009. Comparando os meses de janeiro a agosto dos dois períodos, o crescimento da produção foi ainda mais acelerado (+17,5%), mas também é reflexo do desempenho insatisfatório do primeiro semestre de 2009. As vendas alcançaram 312,8 mil unidades, no mês passado, e somaram 2,19 milhões, entre janeiro e agosto. O presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, projeta vendas de cerca de 300 mil unidades/mês até dezembro, estimuladas pela confiança dos consumidores. Boas condições de financiamento e o ingresso de novos consumidores que ascenderam à classe C são os principais fatores que contribuíram para o aquecimento do mercado interno. Mas os consumidores também foram beneficiados pela concorrência dos importados. Os licenciamentos de veículos nacionais aumentaram 5,7% entre 2009 e 2010, mas as importações cresceram 35,8% - chegando a 394 mil unidades em oito meses. A participação dos importados nas vendas internas foi de 15,6% para 18%. Mais difícil será, em 2011, manter o ritmo de crescimento deste ano, cujos números foram ajudados pela liberalidade fiscal e monetária em ano eleitoral e pelo desafio de manter o crescimento das exportações, beneficiadas, estatisticamente, pela comparação com 2009.