29/08/2010
O ESTEIO DAS MÁQUINAS
Uma surpresa emergiu das planilhas das indústrias de tratores e colheitadeiras e pode ser o indício de novos recordes na Expointer 2010 a exemplo do ano passado, quando as vendas do setor mais do que dobraram e chegaram a R$ 795 milhões. O novo esteio da venda de máquinas agrícolas do país desde 2009 é o Rio Grande do Sul, mostram as estatísticas da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
No caso dos tratores, a explicação para o ímpeto investidor do homem do campo gaúcho é o incentivo oficial à mecanização da agricultura familiar, aponta o vice-presidente da entidade, Milton Rego.
– Foi o Estado que respondeu mais rápido ao Mais Alimentos. É onde a capacidade empreendedora do agricultor familiar é maior do que em qualquer outra região.
Produtor de leite em Pelotas, Jeferson Maciel, 38 anos, foi um dos que investiram. Ele vasculhou a Expointer ano passado em busca de um trator novo para a propriedade. Começou a juntar a papelada em outubro para se enquadrar no programa, teve o financiamento aprovado em janeiro e recebeu o maquinário em junho.
– Agora é colocar o trator no trabalho para ele se pagar – diz Maciel, satisfeito.
Com o mercado mostrando vigor, a Anfavea projeta para a Expointer vendas 20% superiores à última edição. O percentual, entretanto, pode ser mais robusto nas colheitadeiras em razão da corrida de médios e grandes produtores para aproveitar o Programa de Sustentação do Investimento (PSI). A ordem é assegurar o investimento a juros de 5,5%, sem correr riscos de ter de partir para aquisições a taxas médias de 10,5% praticadas até o primeiro semestre do ano passado.
Dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mostram que, de julho do ano passado a julho de 2010, os gaúchos tomaram R$ 1 bilhão do PSI para a aquisição de maquinário agrícola, 18,5% do total desembolsado pela instituição.