12/07/2010
Vendas de máquinas agrícolas crescem mais de 50% no semestre
O mercado de máquinas agrícolas está comemorando o bom desempenho. Nos primeiros seis meses do ano, as vendas cresceram mais de 50% em comparação ao primeiro semestre de 2009. Além dos programas sociais, que seguem contribuindo para os números, o setor sucroalcooleiro voltou a investir em maquinário. Por outro lado, o mercado externo é motivo de preocupação para o setor. Os dados do último mês foram divulgados nesta segunda, dia 12, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
O resultado tem sido tão positivo, que o diretor de Produtor da AGCO América do Sul, Jak Torretta, já fala em ano recorde de vendas de tratores. De janeiro até o mês passado, a empresa vendeu 89% a mais que no mesmo período em 2009. Para dar conta da demanda, a unidade que fica em Mogi das Cruzes (SP) precisou ampliar a produção em 94%.
– O mês de junho só reforça a força de que o mercado de máquinas agrícolas em geral vem tendo em 2010. Se as previsões de confirmarem, vamos chegar a um 2010 com venda de 55 mil tratores no geral, o que seria o melhor resultado desde a década de 70.
Os números divulgados pela Anfavea confirmam. A indústria de máquinas agrícolas vem crescendo desde o início do ano. Apesar de um pequeno tropeço - queda de 5% em junho - no acumulado, o crescimento nas vendas é de quase 52%. A produção também cresceu: 54%. Para o presidente da associação, Cledorvino Belini, o resultado está ligado ao bom momento da economia brasileira.
E nem só os produtores de grãos tem aproveitado os incentivos do governo para renovar o maquinário.
– O setor sucroalcoleiro, que tinha parado de comprar, voltou a investir, e isso contribui para as vendas de tratores de grande porte e colhedoras de cana – explica o vice-presidente de Agronegócio da Anfavea, Milton Rego.
Com tudo isso, a associação está otimista e prevê fechar 2010 com aumento de 21% nas vendas de máquinas agrícolas, chegando a 67 mil unidades.
Apesar de todo esse desempenho positivo, há algo que ainda preocupa o setor de máquinas: o mercado externo. Em junho, as exportações caíram 19% em volume. Em valor, a queda foi ainda maior: de 24%.
– Além da falta de competitividade, os países compradores ainda não se recuperaram de crise, por isso não estão comprando – explica Rego.