08/06/2010
Venda máquinas agrícolas sobe 60% em relação a maio de 2009
As vendas de máquinas agrícolas cresceram quase 54% nos primeiros cinco meses do ano se comparadas ao mesmo período de 2009. A informação é da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). As concessionárias confirmam o bom desempenho, mas reclamam da demora na liberação dos financiamentos.
Durante a apresentação dos números, a Anfavea foi otimista. A expectativa é de que o setor automotivo como um todo cresça até 8% em relação ao ano passado. O segmento agrícola deve acompanhar essa tendência.
Só em maio, as vendas internas de máquinas agrícolas totalizaram 6,4 mil unidades, ou seja, as vendas foram 59,4% maiores que no mesmo mês em 2009. Comparando com a mês de abril o aumento foi de 6,1%.
As exportações do ano de 2010 totalizam 6,6 mil unidades, o que corresponde a um aumento de 8,6% comparado aos 5 primeiros meses de 2009.
Para a direção da Anfavea, os programas de incentivo do governo, como o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) continuam impulsionando os negócios.
— Não vemos um aumento no tempo da procura por empréstimos e achamos que está normal — disse o diretor de relacionamento da entidade, Milton Rego.
Vendedores de máquinas agrícolas confirmam o bom momento.
No caso da Trator Agro, concessionária da John Deere, as vendas aumentaram até 50% nos primeiros cinco meses deste ano, se comparadas com o mesmo período do ano passado, mas os negócios poderiam estar melhores, não fosse a demora dos bancos em liberar os financiamentos. Muito tratores negociados ainda permanecem no local, estacionados no pátio da empresa aguardando a liberação da venda, pelos bancos.
— Isto frustra os vendedores. A gente não consegue fechar as metas. Saem de três a quatro máquinas por mês, mas há 40 processos travados no banco — disse o diretor comercial da Trator Agro, Onivaldo Redondo.
O diretor da concessionária afirma que, em alguns casos, a demora na liberação das operações pode chegar a quatro meses. A Anfavea reconhece o problema, mas garante que a situação foi superada.
— Houve alguma coisa nesse sentido, mas agora está normalizado — defende o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini.
A entidade afirma que a demora não é culpa dos bancos privados.
— Se o produtor for pedir duas linhas de crédito para a mesma máquina, uma direto no banco particular e outra pelo BNDES, a do banco sai no dia seguinte, a do BNDES demora dois ou três meses — disse o diretor adjunto de produtos e financiamentos, Ademiro Vian.
O BNDES confirmou a demora na liberação das operações pelo PSI. Segundo o banco, a demanda aumentou porque o prazo de financiamento com juros mais baixos está terminando. A partir de primeiro de julho, a taxa passa de 4,5% para 5,5%. Por causa disso, a média diária de processos em análise passou de 340 para cerca de mil.