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17/03/2010
Médios produtores antecipam compra de máquinas para aproveitar financiamento na Expodireto
Empurradas pela oferta de financiamento para médios e grandes produtores, as vendas de máquinas e implementos agrícolas devem alcançar o mesmo nível de 2009 na Expodireto Cotrijal, quando a feira negociou cerca de R$ 357 milhões. Entre as indústrias de tratores e colheitadeiras a postura é de cautela. – Colheitadeiras e tratores estão vendendo bem, mas entre os implementos o movimento ainda é tímido até agora. Talvez os produtores estejam preocupados, já que não chove há 30 dias na zona da soja – disse o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos do RS, Cláudio Bier, ao projetar os negócios em um ano de cotações baixas para a soja. A avaliação mais otimista é de que as vendas devam no máximo superar levemente os resultados do ano passado. A diferença neste ano é a redução na participação dos financiamentos para pequenos produtores pelo programa Mais Alimentos, que beirou os 60% das vendas no ano passado. Agora, a liderança é dos médios e grandes produtores que correm para aproveitar os financiamentos pelo Finame PSI, cuja vigência vai até junho. O presidente da feira, Nei Mânica, não divulgou parciais de comercialização até o momento, limitando-se a dizer que prevê a superação dos números do ano passado. Para indústrias do segmento, segundo semestre é incerto O medo de perder o benefício fez o produtor de frutas e soja Mario da Rosa Cesar, de Vacaria, antecipar a compra do seu quinto trator, que será empregado na ampliação da área de cultivo de maçãs: – Fiz a compra antes para garantir. Para o diretor de marketing da Massey Ferguson, Fábio Piltcher, há maior equilíbrio nas vendas neste ano entre os pequenos e os médios produtores, mas não deve haver avanço ante 2009. No máximo, um pequeno crescimento nas colheitadeiras, mais sensíveis às condições de financiamento para grandes produtores. – Há um momento mais favorável para os tratores para propriedades maiores – completa Ediney Amaral, gerente de Vendas da New Holland, O gerente de Vendas da John Deere, Paulo Kowalski, ressalta que, apesar da procura em alta não há euforia no setor devido ao fim do prazo do Finame. O temor é de que as vendas recuem a partir de julho. – O segundo semestre é uma incógnita – argumenta. Embora com participação menor, o programa Mais Alimentos segue alavancando vendas, principalmente a produtores que buscam o primeiro trator novo, como Delmar Spitzer, de Nora Ramada. Com 70 hectares de soja e milho, ele trocou seu velho trator ano 1977 por um modelo novo. – Minha produtividade deve crescer 20% – prevê.