08/03/2010
Expodireto Cotrijal, uma das principais feiras do setor de máquinas, deve ampliar vendas
A Expodireto Cotrijal 2010 será aberta no dia 15 com a perspectiva de aumento no faturamento. O presidente da cooperativa, Nei Mânica, projeta alcançar receita de R$ 370 milhões, contra R$ 356,86 milhões em 2009, a maior parte resultado da venda de máquinas e implementos agrícolas. A feira, que tem cinco dias de duração, acontece em Não-Me-Toque.
A Expodireto será um termômetro dos negócios pós-crise financeira mundial, mas o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Estado (Simers), Claudio Bier, espera que o faturamento do segmento cresça de 10% a 15% neste ano em relação ao ano passado. "A Expodireto é uma base. Temos uma colheita de soja muito boa, apesar do dólar. Já a safra de arroz teve quebra, mas a remuneração deve compensar", avalia. Segundo Bier, as empresas investem bastante, o que reforça a expectativa de crescimento.
Outro fator que deve colaborar para o incremento nas vendas é o Finame PSI, prorrogado até julho. O setor buscará estender o prazo do programa - que prevê juros de 4,5% na compra de máquinas e equipamentos novos, incluídos tratores, colheitadeiras e implementos agrícolas - até o fim do ano. A recontratação de 3 mil funcionários dispensados durante a crise, deflagrada no final de 2008, é outro indicativo favorável. A produção de máquinas e implementos historicamente emprega 30 mil pessoas no RS.
O Mais Alimentos, acrescenta Bier, foi a largada rumo à recuperação do segmento. O programa, que permite aos pequenos agricultores a aquisição de tratores de baixa potência por meio de linha especial com equalização de juros, ainda é visto como um dos fatores que mantêm o cenário positivo, ao lado do Finame PSI.
Embora o preço de commodities como a soja não esteja favorável, segundo o gerente regional de vendas da John Deere, Paulo Kowalski, os programas do governo federal motivam os clientes. O saldo disso é que ele não aposta em aumento na comercialização, mas acredita ser possível manter os números do ano passado. "Do total de tratores vendidos no Mais Alimentos, a metade foi no Rio Grande do Sul." Por isso, a tendência é de desaceleração na procura por meio do programa.
Já a Massey Ferguson enxerga um cenário mais otimista. O diretor de marketing Fábio Piltcher também vê com cautela a cotação da soja, mas acredita que as condições de financiamento impulsionarão os negócios. "A Expodireto do ano passado ainda era um momento de incerteza, por causa da crise. Neste ano, a perspectiva é positiva." Piltcher concorda que a demanda reprimida de tratores diminuiu e o resultado deve ser crescimento maior na venda de colheitadeiras.