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10/02/2010
Indústria não fará acordo para redução da jornada
Presidente da CNI diz que a PEC da jornada é inoportuna Brasília - Não faremos concessões nessa área, declarou nesta terça-feira (9/2), o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, ao anunciar que o empresariado se nega a fazer acordo para votar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de redução da jornada de trabalho. A declaração foi feita na saída do gabinete do presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), após reunião com Monteiro Neto e outros seis líderes empresariais para discutir a votação da PEC. “Com esse marco impositivo, não negociamos. Temos absoluta convicção de que a proposta de redução da jornada de trabalho não está na agenda do trabalhador. Trata-se de proposta essencialmente de dirigentes sindicais colada no ano eleitoral”, assinalou o presidente da CNI. Segundo ele, a PEC que reduz a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais e eleva de 50 para 75% o adicional da hora extra sobre a hora trabalhada é “absolutamente inoportuna”. Monteiro Neto argumentou que o emprego na indústria ainda não se recuperou da crise econômica e existe uma perda de competitividade que seria profundamente agravada com o aumento dos custos das empresas pela diminuição da jornada e aumento do valor da hora extra. Voltou a defender a redução da jornada pela livre negociação entre empresário e trabalhador e não por força de lei, que não leva em conta de acordo com ele, as peculiaridades regionais e das diversas atividades econômicas e o tamanho das empresas. O presidente da Câmara revelou, após o encontro com os líderes empresariais, que irá propor ao colégio de líderes – reunião semanal das líderes partidários que decide a pauta de votação do plenário – a redução gradual da jornada, de uma hora por ano, até o máximo de 42 horas, a manutenção do atual valor das horas extras e uma compensação tributária às empresas pela jornada menor. Os empresários recusaram a proposta. “Não vamos flexibilizar”, assegurou Monteiro Neto. Participaram da reunião com Temer, além do presidente da CNI, os presidentes das Federações das Indústrias de Minas Gerais, Robson Andrade; do Ceará, Roberto Macedo; da Paraíba, Francisco Gadelha, os presidentes em exercício das Federações das Indústrias do Rio Grande do Sul, Oscar Raabe, e de Santa Catarina, Glauco Corte, além do diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo Roberto Della Mana.