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21/12/2009
Presidente da Câmara de Máquinas Agrícolas da ABIMAQ afirma que queda do dólar refletiu no setor
A valorização do real frente ao dólar foi o principal problema enfrentado pelo setor de máquinas agrícolas em 2009. A avaliação é do presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas, Celso Casale. Apesar do alento do governo federal com o Finame PSI, com a taxa de 4,5% de juro ao ano e com 10 anos de carência, que ajudou as vendas do setor, a projeção de queda no faturamento em relação a 2008 deve chegar a 30%. - O setor de produção de grãos ficou descapitalizado e teve o preço reduzido em razão da queda do dólar. Com isso ele parou os investimentos. Mesmo com o incentivo do programa Mais Alimentos, destinando máquinas para agricultores familiares, Casale acredita que apenas alguns fabricantes que produzem equipamentos voltados para este segmento foram beneficiados. Mas reconhece que se não fosse pelo programa, o resultado econômico poderia ter sido pior. O grande problema, de acordo com o dirigente da Abimaq, o setor sofre com excessivas cargas tributárias. - Isso vai encarecendo os produtos, e isso é uma cadeia. Você começa na produção do aço, passa pela fabricação dos componentes até chegar nas máquinas, que acabam incorporando os custos. Então nós entendemos que máquinas e equipamentos não deveriam ser sobrecarregaos por impostos, pois na máquina é que começa tudo, independente do setor, de ele ser agrícola ou industrial, é o início do processo - afirma. Casale acredita que os benefícios para a indústria de máquinas não foram suficientes porque o produtor não teve a contrapartida de ganho durante este período de valorização excessiva do real. - O dólar caiu no mundo inteiro, mas o real valorizou muito mais do que outras moedas. Como a commoditie é cotada em dólar, o preço baixou e isso desestimula o investimento em equipamentos - ressalta o executivo. Casale explica que a queda do dólar também influenciou no resultado das exportações. Até o terceiro trimestre do ano, houve queda de 52% no faturamento com as exportações de máquinas agrícolas. O reflexo também foi sentido nas feiras agrícolas. A Agrishow, em Ribeirão Preto, conforme o dirigente, foi atingida pelo auge da crise internacional, o que retraiu a participação das grandes empresas do setor. Sobre os números recordes da Expointer, em Esteio, Casale informa que o resultado se deve aos equipamentos para pequenos produtores. - Na Expointer, foram máquinas para o Mais Alimentos e tratores de pequeno porte, de pequena potência. A indústria de tratores teve produção equivalente à do ano passado, mas o faturamento caiu porque venderam mais tratores pequenos. E este número que apareceu na Expointer foi em função de tratores de pequeno porte – avalia