13/11/2009
Otimismo para o futuro do comércio entre América Latina e Europa
"Somos mais importantes no mundo agora do que éramos antes da crise". A observação do professor Renato Flores, da Escola de Pós-graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas, FGV/RJ, sintetiza pensamento que perpassou a fala de grande parte dos painelistas participantes do Congresso Internacional de Cooperação − União Europeia e América Latina. No último dia do evento, promovido pela FIERGS, por meio do Centro Internacional de Negócios (CIN-RS), e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), as tendências de negócios para 2010 e as perspectivas nas relações entre América Latina e União Europeia encerraram os debates.
No painel "A visão de futuro na relação entre a América Latina e União Europeia", o presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), o ex-embaixador José Botafogo Gonçalves, focou sua fala no atual cenário da economia brasileira. Para o painelista, antes de assinar acordos, o País necessita definir sua política econômica. "Hoje o Brasil ainda está reagindo aos mercados, respondendo a demandas externas, enquanto já deveria ter definidas suas próprias demandas nos negócios", observou. O ex-embaixador, destacou, porém, as vantagens do País em comparação a outras nações, destacando a área de agronegócios . Na sua opinião, não há no mundo inteiro nação com melhores condições de produzir alimentos do que Brasil.
Casos de sucesso na internacionalização de empresas brasileiras também foram foco de discussão no segundo dia do Congresso Internacional de Cooperação. Em defesa do empreendedorismo e da confiança nos projetos governamentais de apoio às empresas, o superintendente do Sebrae/RS, Marcelo Lopes, e o coordenador da área Internacional da Petrobras, Cláudio Raeder, apresentaram os avanços nos processos de internacionalização de empresas brasileiras. Acerca da atuação da Petrobras no exterior, Raeder destacou o salto dado pela empresa. Em 2000, a Petrobras atuava em seis países, passando para 28 em 2009. "Há espaço para a produção brasileira no Exterior e a Petrobras pode auxiliar nesse processo". Sobre o auxílio da empresa de petróleo, o superintendente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP), Bruno Musso, trouxe informações sobre os projetos desenvolvidos com empresas associadas dos setores públicos e privados.
De acordo com Musso, o Brasil vem sendo apontado como o "filé mignon" da indústria internacional de fornecimento de energia e gás. Dois casos de sucesso reforçaram a visão do superintendente da ONIP. Apoiados pelo Programa de Internacionalização da Cadeia Produtiva de Petróleo e Gás − Prointer, o diretor da Devaice Engenharia de Automação Ltda, Luciano Weber, e diretor comercial da Colméia Container´s Ltda, Júlio César Delfino, ambas empresas do Estado, apresentaram seus depoimentos. Acerca do êxito de suas experiências com o mercado estrangeiro, os empreendedores gaúchos frisaram a existência de uma demanda global a ser aproveitada. "O mundo está muito receptivo com a produção do Brasil", ressaltou Luciano Weber.