30/06/2009
Governo prorroga isenção de tributos e reduz custo de empréstimos
Segundo maior produtor nacional de máquinas e equipamentos, o Rio Grande do Sul será beneficiado com a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para 70 produtos do setor, principal novidade no pacote de estímulo fiscal anunciado ontem pelo governo federal.
Outra medida festejada pelos gaúchos é a redução de 10,25% para 4,5% no juro para a linha do Finame Agrícola – o que promete novo fôlego para o segmento de máquinas agrícolas, que concentra cerca de 60% da produção nacional no Estado.
– Isso para nós é uma beleza – entusiasmou-se Claudio Bier, presidente do Simers, que representa as indústrias de máquinas agrícolas.
Com a redução drástica do juro, ainda que temporária, o setor deve ter uma “boa alavancagem”, na avaliação de Bier. O dirigente lembrou que, em reunião recente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi feito um pedido nesse sentido, ao menos para médios produtores. Conforme a assessoria de imprensa do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a redução vale para todas as faixas. Há meses a entidade tenta negociar com o governo federal algum tipo de incentivo – as máquinas são isentas de IPI.
– Água mole em pedra dura tanto bate até que fura – comemorou Bier.
Parte do setor metalmecânico e eletrônico, que responde por cerca de um terço do PIB industrial gaúcho, o segmento de máquinas e equipamentos é composto por 1,8 mil fábricas, que empregam quase 50 mil pessoas.
– Depois de São Paulo, o Rio Grande do Sul é o que mais produz máquinas no Brasil. Se tem desoneração de IPI e mais facilidade de financiamento no BNDES, é bom para a indústria – avaliou ontem Gilberto Petry, presidente do Sinmetal, que reúne as empresas gaúchas do setor.
Apesar da perspectiva positiva com a medida, Petry observa que as decisões de compra de máquinas e equipamentos é definida mais pela necessidade – quando há expansão ou modernização das instalações industriais:
– Pode permitir que algumas compras sejam antecipadas, aproveitando a baixa de preço.
Além das esperadas prorrogações, agora com prazo determinado, para descontos ou até isenções de IPI para veículos, eletrodomésticos, material de construção e derivados de trigo (veja quadro na página ao lado), a inclusão do setor de bens de capital entre os beneficiados pelo estímulo fiscal e uma redução significativa nos juros cobrados pelo BNDES foram as maiores novidades no pacote anunciado ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
– A indústria vai passar do negativo para o positivo daqui para a frente – prometeu Mantega.