04/06/2009
Mínimo regional compromete competitividade da economia
"É o momento de realidade, pé no chão, de trabalho, de soluções inovadoras e de priorizar o nível de empregabilidade, é isso que interessa para toda a sociedade", argumentou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paulo Tigre, ao avaliar a possibilidade de reajuste do salário mínimo regional, que será votado pela Assembleia Legislativa na próxima semana. O industrial alertou aos deputados que o impacto eleva os custos da economia diante de outros Estados que não possuem o piso local, comprometendo a competitividade do setor produtivo gaúcho. "Isso significa menos investimentos e oportunidades de empregos", disse.
O desempenho das indústrias gaúchas, lembrou o presidente da FIERGS, já tem sido menor em relação à média do País. Nos primeiros quatro meses deste ano, por exemplo, o faturamento industrial no Estado caiu 17%, enquanto a média nacional de recuo ficou em 8,4%. O mesmo ocorreu com o emprego. No Brasil, o índice retraiu 2% e no Rio Grande do Sul chegou a 4,9%, significando 32 mil vagas fechadas. "Para o aumento da massa de salário gerar um resultado positivo na economia, com o crescimento do consumo, também é necessário preservar e ampliar os postos de trabalho", destacou.
O piso gaúcho, de acordo com Tigre, foi instituído em função da autorização constitucional de que os Estados fixassem faixas salariais regionais. O motivo apontado era que o mínimo nacional, na época, sofria fortes restrições em seus reajustes por estar vinculado ao resultado da Previdência Social, altamente deficitária. Dessa forma, pisos estaduais teriam a capacidade de promover os aumentos sem contribuir negativamente com o resultado previdenciário. "Hoje a situação é diferente. Com a recuperação de compra do mínimo nacional não há mais razões para a existência de mínimos regionais. Manter as diferenças significa cristalizar desigualdades", salientou o industrial.