05/12/2008
Crise mundial provoca queda no desempenho da indústria gaúcha
Os primeiros reflexos da crise internacional já foram captados em outubro pelas indústrias gaúchas. O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) apresentou uma queda de 1,8% em relação a setembro, sem os efeitos sazonais. "Isso nos traz preocupação e reforça a necessidade de medidas preventivas ao agravamento das tendências", afirma o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paulo Tigre, ao divulgar os dados nesta quinta-feira (4).
A maioria das variáveis do IDI-RS ficou negativa e aproximou o setor industrial do Estado das conseqüências da turbulência global. Em comparação com o mês anterior, as compras e as horas trabalhadas fecharam negativas em 3,4% em outubro. A massa de salários, o emprego e a Utilização da Capacidade Instalada caíram 2,6%, 0,5% e 2,4%, respectivamente.
"A questão é saber qual será a dimensão dessa crise no Brasil e no Rio Grande do Sul. Essa incerteza implica cautela na análise, pois os efeitos serão sentidos diferentemente pelos segmentos industriais", disse Tigre, destacando que este comportamento gerou uma retração nas intenções de investimentos, na produção e nas contratações.
Os segmentos que tiveram os piores resultados, na mesma base de comparação, foram Borracha e Plástico (-6,3%), Químicos (-4,1%), Materiais Elétricos (-1,4%) e Refino de Petróleo (-0,8%). "Precisamos de medidas concretas e imediatas, que desonerem o setor produtivo. Reduzir os juros, diminuir a carga tributária, ampliar os prazos dos financiamentos e aumentar o crédito são imprescindíveis", defendeu o presidente da FIERGS, lembrando que já foram fechadas 1.100 vagas nas indústrias gaúchas, em outubro.
No acumulado do ano, o Índice de Desempenho Industrial no Estado continua refletindo o bom momento econômico dos primeiros nove meses. A elevação foi de 7,5% de janeiro a outubro, em comparação ao mesmo período de 2007, puxada pelas compras (12,8%), massa salarial (10,1%), horas trabalhadas na produção (7,2%), faturamento (5,2%), emprego (5,1%) e Utilização da Capacidade Instalada (2,6%).